Nas horas iguais, numa madrugada qualquer
Ao redor de uma lâmpada fundida
Os vidros esbatidos, desunidos
Inofensivos, parecendo derreter
Lembro-me da luz vinda dessa lâmpada
Todos os dias numa simples magia
Coloria numa cor alaranjada
Aquela omissão de ruído que só eu queria
Num dia igual, numa hora qualquer
A luz parecia triste, não era a mesma
As sombras no quarto nem se viam sequer
O quarto perdera algo do seu carisma
A janela meiga recebia o Co2 do silêncio
Para cá da vidraça só havia baço
Naquele instante era o único sitio
Para poder deitar todo o cansaço
Na manhã de uma data qualquer
Acordei desamparado no mistério das horas
A lâmpada estivera acesa e estafada
Nessa noite fria, até me fez aquecer
Mas a inconsciência de uma imagem sonhada
Fez com que o silêncio se tornasse algemas.
Procurei nos amarrotados cobertores
A razão de todo aquele silêncio
A resposta não queria favores
Quando dei por mim era a luz do dia
Que iluminava o quarto, e a lâmpada morta
Nada havia a fazer senão pensar a frio….
Fora um pesadelo numa vida abstracta!
A lâmpada “morreu” enquanto o pesadelo crescera?
O calor que senti, não foi da luz
O silêncio que ouvia não era no quarto…
Ou a lâmpada fundira-se no crescer desse poema?
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