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sábado, março 27, 2010

Para falar do futebol português é necessário ter muito sentido de humor.

Quando, ao som da rádio ouço o relato de um jogo de futebol (não interessa agora qual a estação) sempre que a bola ultrapassa a linha de golo, sai-me da alma um grito...um grito que devasta o ar, uma exaltação sem fim, uma emoção sem descrição...é golo do Sport Lisboa e Benfica!
Em Portugal, o golo não é sentido como sendo a parte mais importante de um desporto. Antes e depois de um jogo de futebol há também vários jogos de bastidores, há uma celeuma de acontecimentos que descaracterizam a verdade desportiva. O que mais espanta é que qualquer pessoa, que esteja minimamente atenta aos meandros do futebol português, consegue perceber que há sintomas de uma doença crónica.
A máxima : "Contra factos não não há argumentos" , vive momentos de angústia, ora não existisse tamanha contradição, quando se nota a olho "despido" que contra argumentos não há factos! É verdade, vivemos na era da argumentação. Os factos só servem para criar argumentações. A justiça em Portugal não é literal, carece, passe a redundância, de justiça!
Nos comentários ao futebol "dentro das quatro linhas" utiliza-se muito a expressão -" Não há justiça nos resultados, ganha quem marca!", pois é, o problema é que fora das quatro linhas embora não se marque golos, a justiça nem vê-la!
Com muito humor, a melhor forma de se fazer justiça neste país é marcar golos, e mais golos, mesmo que o auxiliar assinale fora de jogo, há sempre mais um golo para marcar.

segunda-feira, março 22, 2010

Amor

Quando procuro saber se sabes aonde estou
Nem sempre sou o que há para encontrar
O Amor que é lido nos meus olhos
São contos velhos que de ti fazem-me lembar

O Amor...um mergulho irracional na densidade do mar
O sentir frio da água, na afónica aceitação do nosso interior
O regresso sufocante num desejo selvagem de ar
Como se noutra dimensão existisse esse Amor

O Amor... uma imagem sem nexo
O reflexo ampliado da amizade
Uma pintura nua, sem idade

O Amor é ... o que quem ama quiser
Amo a vida sem saber se ela ama-me
Mas amo-a , e lutarei por ela até morrer!

domingo, março 14, 2010

Esconderijo da voz

Tenho a voz presa algures sem fim
No ar soletro as letras que já não me fazem pensar
Aqui na memória fica um sonho perto de mim
Vozes imersas pedem-me para não falar

Só esse soneto conhece as palavras que não têm voz
Aquelas manhãs em que só a noite faz sentido
Horas que se desprezem e me deixam a sós
Com a minha voz condensada num grito entorpecido

É uma voz que me compensa e distrai
A mesma voz que chorei quando ao mundo vim
Do meu peito veio, no ar se vai

Sem ela eu não ouço o que penso
Ela sem mim esconde-se no silêncio de cada verso
É uma voz. É a minha voz. O som escondido em mim

sexta-feira, março 12, 2010

Um sistema sem eco.

O mundo é o ecossistema da humanidade, o maior e verdadeiro habitat de todos os seres vivos.
A procura da qualidade de vida é um objectivo comum entre todos os seres humanos; somos nós, que temos capacidade para agir de acordo com a ética, e com ela tentar nunca beneficiarmos em detrimento de todos os outros organismos vivos.
Actualmente e, pese embora, a ciência da Ecologia já ter mais de um século, a verdade é que o equilíbrio entre todos os seres vivos e o meio ambiente é deveras muito relativa. E essa ciência só vem alertar as pessoas quando essas não agem adequadamente, com os princípios morais .
Hoje em dia, nada se faz na ausência de interesses ocultos, e aqueles que têm o poder em sua mão, conseguem superar todas as éticas.
O importante é haver consciensalização, compreendendo que o que é realizado pelo Homem acaba sempre por ter efeitos positivos e negativos, e é nesse antagonismo de valores que se deve encontrar o equilíbrio entre o que foi realizado e o que deixou de existir.
Se oferecermos à Ecologia um significado inflexível de como se deve encarar todas as atitudes do Homem na terra, então aí estaremos a por em risco o nosso equilíbrio mental.
Ninguém é dono da razão e a razão nunca é indiscutível, por isso e por tudo o que sucede no mundo actual, é natural que se acendam fogos de opiniões diversas e divergentes quando e com ajuda de meios tecnologicamente mecanizados, destrua-se uma paisagem para se conceber outra.
Entre essas duas paisagens, uma na qual já ficou na memória, alimentar-se-ão apreciações controversas, que entretanto mais controversas se tornarão quando num futuro curto, aqueles que defendiam a primeira paisagem irão proteger a segunda, da qual forma críticos, quando uma terceira surgir. Portanto, a facilidade de nos habituarmos às mudanças que a evolução da vida gere, é o essencial para que se conclua que a vida na terra divide-se entre o sobreviver dos animais irracionais e e o viver dos racionais... e somos nós os dominadores.

terça-feira, março 09, 2010

Liberdade de uma idade liberta

O conceito - liberdade -, convive tangencialmente com a ilusão de nos acharmos livres.
A realidade tornou-se subserviente à constituição das leis.
Existem leis que mais parecem slogans, que criam a ideia persuasiva de uma justiça capaz de cumprir com a sua própria dignidade institucional.
A selva está mais próxima de nós do que a imaginação está dos nossos pensamentos... continuarão os mais capazes, sobreviverão os mais resistentes, pena é, que apenas não exista uma única lei: a lei da Natureza... Darwin pensara somente na evolução animal.
A evolução do Ser Humano rege-se nos mesmos parâmetros, a única diferença assenta no facto dos animais selvagens não necessitarem de dinheiro para poderem sobreviver. Assim sendo, quem estiver mais próximo do acesso ao dinheiro, irá sobreviver e, passar essa riqueza para gerações posteriores. No futuro, só existirão famílias abastadas de dinheiro.
Existirão famílias enriquecidas de forma selvática, desumana... enfim, completamente enriquecidas ilegal, injusta e impunemente.
Eu vou ser uma espécie de búfalo a resistir na travessia do rio amazonas ou noutro qualquer, repleto de crocodilos esfomeados...apesar de ir conseguindo, há sempre mais rios para atravessar e outros tantos dentes que procuram matar a fome...matando!

segunda-feira, março 01, 2010

O Desemprego

Estar desempregado é mais do que não ter emprego. É um tédio sem hora de entrada nem saída!
Os números que marcam os dias do tempo são iguais aos números do dinheiro que não se ganha. Cada dia que passa não tem história.
Viver à procura de emprego, actualmente, está na moda. Eu sou um procurador do emprego, procuro umas vezes desmotivado, outras vezes com pouca motivação, porque na realidade o que me motiva é a remuneração vinda do trabalho.
Eu sou um procurador de mim mesmo, procuro-me várias vezes, sem que nessas vezes eu esteja perdido, faço-o porque gosto de me encontrar, quando essa é a única razão para estar bem comigo. Ninguém pode fazer isso por mim.