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terça-feira, maio 18, 2010

As figuras que a linguagem faz.


Não é do som que a linguagem vive,
É da necessidade de sair do silêncio,
Onde tantos sentimentos juntos, significam solidão,
Onde no corpo colado à pele, ainda bate o coração.


Na timidez do dia, vislumbram-se beijos,
Sem que o sol os veja, sem que a lua os oiça,
Há lábios que se colam a desejos,
De uma linguagem, sem ser uma crença .


Figuras que as palavras fazem,
São diferentes daquelas, as faciais,
No pleonasmo das rimas, os outros lêem,
Sentidos trocados como sinestesias.


Morre a vida como a noite mata o dia,
Hipérboles que pedem por eufemismos,
Na estranha sombra, numa noite fria,
Há metáforas que me lembram sonhos.


As figuras que a linguagem faz,
Encontram-me a sós com as letras,
Peço a elas sinónimos de paz,
E delas recebo asas.

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