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segunda-feira, novembro 22, 2010

Um dia e tu

Não sei como acordas
Não te vejo vestir
Nessas horas tu andas
Mexendo nelas sem fugir.
Agora vejo-te ali!
Acordada para mais uma história
Vestida com a roupa que eu despi
És tu, no meu dia,
Que criei para te inventar.
Não és tu que eu escrevo,
Mas adoro, para ti olhar.
Vendo-te andar por onde vivo.
Olhando o céu e ver-lhe chover
Unir-te as mãos ao vento
Ouvir-te gritar: viver!!!
E à tua pele chamar de tempo!
Respirar tua voz perto de mim...
Desejar teus desejos quentes!
Brincar às palavras contigo...
E perceber que não compreendes,
O porquê de eu ser assim!

domingo, novembro 21, 2010

À Procura do Nome d’um Título.

Deixei de parte a descrição literária de todos os momentos, aqueles que se deixaram e se deixam atrair por uma força concentrada num só momento e que se faz para mim minha vida.
Tentar escrever quando nem a inspiração nem a imaginação conseguem estimular uns milhaozitos de neurónios que sustentam o meu pensamento e dão peso ao meu cérebro, é tão quase igual à diferença que existe entre o que eu sinto e o que eu vejo. A sensação é de impotência quando os elos de ligação não funcionam.
Por vezes, quando não encontro símbolos para os meus pensamentos pergunto a mim próprio o porquê de não ser eu a pensar naquilo que o meu cérebro está pensando. Dá ganas de querer ficar de relações cortadas com o cérebro que carrego todos os dias. O que faço de inato ou de impulso não me cansa, cansando-me sim o que resulta dos actos que faço acontecer por eu ter este fragmento de animal dentro de mim. E se fosse ao contrário? A questão está na perspectiva, ou melhor dizendo, no lado em que analisamos o melhor que pretendemos. A verdade é que a auto-análise geralmente surge após uma reacção impulsiva ou de uma atitude impensada, logo, por vezes ou na maioria das vezes somos mais o que não queremos do que o que queríamos ser.
Arrepia-me só de saber que sem a ajuda do meu crânio encefálico não teria recomeçado essa procura...então desisto desta luta inglória por ser supérflua e rendo-mo aos mistérios da metafísica cerebral.
As vertigens aparecem sempre que fico perplexo a olhar para o que jamais poderá ser alcançado com a visão, só fica a mecânica dos movimentos dos olhos e o paladar mental como de quem deseja saborear uma refeição da qual não sabe se gosta. A vida por muitas vezes acaba por ser uma amalgama de coisas que nós próprios criamos para depois não as sabermos definir.