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quinta-feira, outubro 14, 2010

O (A) Poet(is)a e eu.

No que sonho ou passo,
É também o que me faz lembrar de ti...
E os meus gritos de amor, cruzando o espaço,
Desaparecem nele, e, amor, sei que te senti.

Eu tenho lido em mim, sei-me de cor.
A imaginar ou a pensar os versos;
E às vezes entre o torpor,
Perco-me nisto, nas coisas sem sons.

Não acredito em nada. As minhas crenças,
Cansa sentir quando se pensa.
Mais do que coisas e muitas outras,
Há uma solidão imensa.

Tênue passar das horas sem proveito,
À descoberta de mim tão perto dos outros.
Tortura do pensar!Triste lamento,
Da voz morta, sozinha em vários espaços.


José António Braga Furtado



Este poema tem nove versos meus, os restantes pertencem a Fernando Pessoa e Florbela Espanca.
Extraídos dos poemas, Isto, Ela canta, pobre ceifeira, Às vezes entre a tormenta, Cansa Sentir Quando se Pensa,Assim, sem nada feito e o por fazer, de Fernando Pessoa; Anseios, o meu mal, Aos olhos d'ele, É um não querer mais que bem querer*,Angústia, de Florbela Espanca; Amor, Dom, O tempo urge, Não são sonhos, Superego, três versos soltos, da minha autoria.

*verso de Camões que serviu de titulo para dez sonetos de Florbela Espanca.

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