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terça-feira, novembro 29, 2011

Depois de um buraco vem sempre uma crise, seja o buraco que for ou a crise que seja.

Dois mil e onze caminha vorazmente para o seu fim, um ano marcado pela crise mundial, pela crise politica, pela crise social…o ano das crises. A palavra “crise” ganhou uma dimensão fonética que a tornou numa espécie de eco intermitente.
O exercício verbal deste vocábulo faz do ambiente social um espaço acústico aonde as pessoas se transformam em cópias e se deixam “plagiar” por um conjunto de cinco letras tantas como a palavra “lutar”.
Renovam-se pensamentos que transbordam em frases em que o predicado raramente não é sinónimo de crise. Há uma descrença, generalizadada, perante o futuro.
Mas a maior crise é aquela que acontece quando a tentação consumista adultera a relação existente entre o esforço de um mês de trabalho e o orçamento familiar. Se pudesse haver divórcios pelas infidelidades que acontecem com as compras impoderadas que se fazem, os advogados não se importariam com os casamentos.
A segunda palavra mais falada é a “buraco”. Apesar de não ser de ozóno e a crise não ser de amor, a relação entre ambas permanecerá não por efeito da durabilidade da crise mas pela profundidade do buraco.

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